quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Frei Luís de Sousa - Espaço, Tempo, Divisão da Peça e Características das Personagens

Espaço:
O espaço vai-se reduzindo.
África - Europa – Portugal - Lisboa - Alfeite - Almada - I palácio – II palácio

Tempo :
O tempo vai-se reduzindo também, fechando-se dramaticamente em unidades cada vez mais curtas.
1578 – Madalena casa com D. João. Madalena conhece M. de Sousa.
1578 e 1585 – Madalena procura assegurar-se da morte de D. João
1585 e 1599 – Madalena casa com M. de Sousa.
1598 a 1599  – D. João é libertado dirige-se para Portugal
28 de julho a 4 de Agosto – Madalena vive de novo no palácio de D. João.
Agosto  – D. João apressa-se para chegar
4 de Agosto  – é um dia fatal para Madalena

Divisão da peça :
3 actos escritos em prosa:
1º acto - Do início até ao incêndio do palácio de Manuel de Sousa Coutinho.
2º acto – Até à chegada do Romeiro
3º acto – Até à morte de Maria

Personagens:
Manuel de Sousa Coutinho  – Segundo marido de Madalena; pai de Maria; teme que D. João possa regressar (ideia inconfessada); que a saúde débil de sua filha progrida para uma doença grave; decidido, patriota (incendeia o seu palácio porque este iria ser ocupado pelos governadores espanhóis; sofre, sente remorsos ao pensar na cruel situação em que ficara a sua querida Maria; Amor paternal.

D. João de Portugal  – Casado com Madalena, mas desaparecido na batalha de Alcácer Quibir; austero; sonhador; crente (quando pensa, por momentos, que Madalena o ama).

Dona Madalena  – suposta viúva de D. João de Portugal; casa com Manuel de S. Coutinho; nasce Maria, filha de Manuel; Angústia em relação à situação insegura do seu casamento; remorso por ter gostado de Manuel de Sousa enquanto era ainda casada com D. João; Inquietação em relação a Manuel de Sousa e a Maria; Insegurança e hesitação; profunda, feminina; mulher para lágrimas e para o amor, ela sofre e sofrerá sempre, porque a dúvida não a deixará ser feliz; perfil romântico; solidão.

Maria de Noronha  – Filha de D. Madalena e D. João; amor filial, curiosidade; sonho, fantasia, idealismo, filha fatal, adolescente fantasista, sebastianista por influência de Telmo, adivinhava " lia nos olhos e nas estrelas " ; sempre febril, cresceu de repente, criança precoce; gosto pela aventura, frágil, alta, magra, faces rosadas, patriota, intuitiva, inteligente.

Telmo Pais  – escudeiro de família dos condes Vimioso, sofre pela volta de D. João, pois esta tirará a tranquilidade da sua " menina "; sofre porque é forçado a ver o seu velho amo como um intruso que nunca deveria ter vindo. Por amor a Maria, dispõe-se a declarar o Romeiro como um impostor; confessor das personagens femininas; o coro da tragédia, sádico, fiel, confiante, desentendido, supersticioso, sebastianista, humilde, enorme sabedoria.

D. Sebastião I


D. Sebastião I de Portugal (Lisboa, 20 de Janeiro de 1554 — Alcácer-Quibir, 4 de Agosto de 1578) foi o décimo sexto rei de Portugal, cognominado O Desejado por ser o herdeiro esperado da Dinastia de Avis, mais tarde nomeado O Encoberto ou O Adormecido. Foi o sétimo rei da Dinastia de Avis, neto do rei João III de quem herdou o trono com apenas três anos. A regência foi assegurada pela sua avó Catarina da Áustria e pelo Cardeal Henrique de Évora.
Aos 14 anos assumiu o governo manifestando grande fervor religioso e militar. Solicitado a cessar as ameaças às costas portuguesas e motivado a reviver as glórias do passado, decidiu a montar um esforço militar em Marrocos, planeando uma cruzada após Mulei Mohammed ter solicitado a sua ajuda para recuperar o trono. A derrota portuguesa na batalha de Alcácer-Quibir em 1578 levou ao desaparecimento de D. Sebastião em combate e da nata da nobreza, iniciando a crise dinástica de 1580 que levou à perda da independência para a dinastia Filipina e ao nascimento do mito do Sebastianismo.

Batalha de Alcacer Quibir

A Batalha de Alcácer Quibir foi uma batalha travada no norte de Marrocos perto da cidade de Ksar-El-Kebir, entre Tânger e Fez, em 4 de Agosto de 1578.1 Os combatentes foram os portugueses liderados pelo rei D. Sebastião aliados ao exército do sultão Mulay Mohammed (Abu Abdallah Mohammed Saadi II, da dinastia Saadiana) contra um grande exército marroquino liderado pelo Sultão de Marrocos Mulei Moluco (Abd Al-Malik, seu tio) com apoio otomano. No seu fervor religioso, o rei D. Sebastião planeara uma cruzada após Mulay Mohammed ter solicitado a sua ajuda para recuperar o trono, que seu tio Abu Marwan Abd al-Malik I Saadi havia tomado. A batalha resultou na derrota portuguesa, com o desaparecimento em combate do rei D. Sebastião e da nata da nobreza portuguesa.2 Além do rei português, morreram na batalha os dois sultões rivais, originando o nome "Batalha dos Três Reis", com que ficou conhecida entre os Marroquinos.
A derrota na batalha de Alcácer-Quibir levou à crise dinástica de 1580 e ao nascimento do mito do Sebastianismo. O reino foi gravemente empobrecido pelos resgates que foi preciso pagar para reaver os cativos.
A batalha ditou fim da Dinastia de Avis e do período de expansão iniciado com a vitória na Batalha de Aljubarrota. A crise dinástica resultou na perda da independência de Portugal por 60 anos, com a união ibérica sob a dinastia Filipina.

Características da Tragédia Clássica e do Drama Romântico


Frei Luis de Sousa

Manuel de Sousa Coutinho, conhecido pelo nome de Frei Luís de Sousa foi um sacerdote católico e escritor português. Filho de Lopo de Sousa Coutinho, um militar que combateu na Índia e foi governador da Mina. Nasceu em Santarém, 1555. Influenciado, pelo pai que era dedicado ás Letras e ás Armas, este frequentou cursos regulares de Humanidades, onde atingiu um elevado grau de cultura literária e lhe permitiu prossegui o caminho das Letras.
Sofreu vida acidentada na Ásia e em África, onde prestou serviços a Filipe II de Espanha. Regressando a Portugal, casou, com D. Madalena de Vilhena, viúva de D. João de Portugal, entre 1584-86, desaparecido na Batalha de Alcácer Quibir, a 4 de Agosto de 1578.
Em 1599, muda-se para Almada, nomeado capitão-mor dessa localidade. No ano seguinte, devido á peste que abundou Lisboa, os governadores do reino pretenderam abrigar-se em Almada, numa casa de Manuel que, por questões pessoais, lhe lançou fogo para não lhe ceder abrigo.
Em 1613, após o falecimento da filha única do casal, D. Manuel serpara-se da esposa e professa na Ordem de São Domingos, dedicando-se inteiramente à escrita. Almeida Garret dedicou-lhe o drama Frei Luis de Sousa (1844).

Texto Dramático - Caracteristicas

Características do texto dramático:
O texto dramático é um tipo de texto que é escrito para ser representado. Normalmente não tem narrador e nele predomina o discurso na segunda pessoa (tu/vós). Entendido como aquele que se integra na forma literária do drama e implica uma comunicação direta das personagens entre si e com os recetores do enunciado. O texto dramático privilegia a dinâmica do conflito tendo representas as ações e reações humanas, pela tragédia, comédia e pelo drama. 

Formas do género dramático:
O texto dramático pode surgir sob a forma de : 
  • tragédia;
  • comédia;
  • drama;
  • teatro épico;
  • teatro moderno.
O texto dramático é comporsto por dois tipos de texto:

-Texto Principal:
  • Monólogo: uma personagem falando consigo própria, expõe ao publico os seus pensamentos e/os sentimentos;
  • Diálogo: fala entre duas ou mais personagens;
  • Apartes: comentários de uma personagem para o publico, achando que não são ouvidos pelo seu interlocutor.
-Texto Secundário(ou didascálias, indicações cénicas) destina-se ao leitor, ao encenador da peça ou aos atores.

O texto secundário é composto:
  1. Listagem inicial das personagens (ocorre antes de cada cena);
  2. Pela indicação do nome das personagens no inicio de cada fala;
  3. Pela informação sobre a estrutura externa da peça divisão em atos, cenas ou quadros);
  4. Pelas indicações sobre o cenário e guarda roupa das personagens;
  5. Pela indicação sobre a movimentação das personagens em palco, as atitudes que devem tomar, os gestos que devem fazer ou a entoação de voz com que devem dizer as palavras.
Extrutura Externa:

O teatro tradicional e clássico tem divisões em:
  • Actos: corresponde à mudança de cenário;
  • Cenas: corresponde à entrada ou saída de personagens em cena
Extrutura Interna:
Uma peça de teatro divide-se em:
  • Exposição: apresentação das personagens e dos antecedentes da ação;
  • Conflito: conjunto de peripécias que fazem a ação progredir;
  • Desenlace: desfecho de ação dramática

Personagens:
  • Personagens-tipo ou planas: não alteram o seu comportamento ao longo da ação. (repesentam um grupo social, profissional ou psicológico)
  • Modeladas ou Redondas: evoluem ao longo da ação, as suas atitudes e comportamento vão alterando e por isso podem surpreender o espetador.
Pode ser:
  • Protagonista ou Personagem Principal;
  • Personagem Secundária;
  • Figurantes.
Tipo de Caracterização:
  • Direta: a partir dos elementos presentes nas didascálias, da descrição de aspetos fisicos e psicológicos, das palavras de outras personagens, das palavras da personagem a propósito de si própria.
  • Indireta: a partir dos comportamentos, atitudes e gestos que levam o espetados a tirar as susas propria conclusões sobre as caracteristicas da personagem.
Espaço:

O espaço cénico é caracterizado nas didascálias, onde surgem indicações sobre promenores do cenário, efeitos de luz e som.

Existem dois tipos:
  • espaço representado: constituído pelos cenários onde se desenrola a ação e que equivalem ao espaço físico que se pretende recriar em palco
  • espaço aludido: corresponde as referencias a outros espaços que não o representado.

Tempo:
  • Tempo da Representação: duração do conflito em palco;
  • Tempo da Ação ou da História: o(s) ano(s) ou a época em que se desenrola o conflito dramático
  • Tempo da Escrita ou da Produção da Obra: altura em que o autor concebeu a peça.



Romantismo


O Romantismo foi um movimento cultural que surgiu na Europa e nos Estados Unidos da América a partir da segunda metade do século XVIII. O seu nome deriva de "romance" (história de aventuras medievais), que tiveram uma grande divulgação no final de 700, respondendo ao crescente interesse pelo passado gótico e à nostalgia da Idade Média. Muito variada nas suas manifestações, esta corrente sustentava se filosoficamente em três pilares: individualismo (exprime a afirmação e a liberdade do indivíduo frente a um grupo), o subjetivismo ( não admite outra realidade se não a realidade do ser pensante) e a intensidade (busca incessante do homem pela concretização dos seus ideais)Contra a ordem e a rigidez intelectual clássica, os artistas românticos imprimiram maior importância à imaginação, à originalidade e à expressão individual, através das quais poderiam alcançar o sublime e o genial.



Intensidade











Subjetividade








Individualismo

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Biografica de Almeida Garrett (síntese)



 



João Baptista da Silva – mais conhecido por Almeida Garrett – foi um grande escritor português, considerado o primeiro autor romancista do nosso país. Almeida Garrett nasceu a 4 de Fevereiro de 1799, no Porto. Garrett – o seu apelido – é proveniente da sua avó paterna de origem irlandesa.
Em 1809, ainda durante a sua infância, partiu com a família para os Açores (mais concretamente para a Ilha Terceira) devido à invasão francesa, onde estudou com o seu tio Frei Alexandre da Sagrada Família, o qual o iniciou na poesia. Rumou novamente ao continente com 17 anos para fazer o curso de Direito em Coimbra, acabando-o em 1821. Durante essa época foi influenciado pelas ideias liberalistas da mesma Os principais autores iluministas que contribuíram para a escrita da sua obra foram Voltaire, Maffei e Alfieri.
Finalmente, em 1821, é editada a sua primeira obra – Retrato de Vénus. A obra foi considerada controversa e foi até mesmo censurada, o que levou a ser intimado pelo tribunal, sendo absolvido mais tarde.
Em 1823, devido a ser defensor de ideias liberalistas, teve de procurar o exílio em Edgbaston. Foi durante esse período de exílio na Inglaterra que contactou com o Romantismo, sendo reconhecido mais tarde como um dos maiores românticos portugueses. As primeiras obras românticas de Almeida Garrett foram Camões e Dona Branca. Na época mais brilhante da sua carreira, a obra literária que mais se destacou foi Frei Luís de Sousa.
Almeida Garrett é considerado por muitos autores como um “autor completo”, pois escreveu obras-primas nos três grandes géneros literários: na poesia, no teatro e na prosa, renovando a escrita da época em todos eles. Acabou por morrer a 9 de Dezembro de 1854 em Lisboa.