quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Estrutura Tripartida


Estrutura Tripartida da Mensagem:

                * Nascimento;

                *Vida;

                *Morte/Renascmento.

Os 44 poemas que constituem a Mensagem encontram-se agrupados em três partes.

 

                               Primeira Parte – Brasão (os construtores do Império): corresponde ao nascimento, com referência aos mitos e figuras histórias até D.Sebastião, identificadas nos elementos dos brasões. Dá-nos conta do Portugal erguido pelo esforço e destino a grandes feitos.

 

 

O “Ulisses” – símbolo da renovação dos mitos: Ulisses de facto não existiu mas bastou a sua lenda para nos inspirar. A lenda, ao penetrar na realidade, faz o milagre de tornar a vida “cá em baixo” insignificante. É irrelevante que as figuras de quem o poeta se vai ocupar tenham tido ou não existência histórica. O que importa é o que elas representam. Daí serem figuras incorpóreas, que servem para ilustrar o ideal de ser português.

O “D.Dinis” – símbolo da importância da poesia na construção do Mundo: Pessoa vê D.Dinis como o rei capaz de antever o futuro e interpreta isso através das suas ações – ele plantou o pinhal de Leiria, de onde foi retirada a madeira para as caravelas e falou da “voz da terra ansiando pelo mar”, ou seja, do desejo de que a aventura ultrapasse a mediocridade.

O “D. Sebastião, rei de Portugal” – símbolo da loucura audaciosa e aventureira: o Homem sem a loucura não é nada; é simplesmente uma besta que nasce, procria e morre, sem viver! Ora, D.Sebastião, apesar de ter falhado o empreendimento épico, foi em frente, e morreu por uma ideia grandeza, e essa é a ideia que deve persistir, mesmo após a sua morte.

 

 

                               Segunda Parte – Mar Português (o sonho marítimo e a obra das descobertas): surge a realização e vida; refere personalidade e acontecimentos dos descobrimentos que exigiram uma luta contra o desconhecido e os elementos naturais. Mas porque tudo vale a pena, a missão foi cumprida.

 

 

O  O Infante” – símbolo do Homem universal, que realiza o sonho por vontade divina: ele reúne todas as qualidades, virtudes e valores para ser o intermediário entre os homens e Deus.

O “Mar Português” – símbolo do sofrimento porque passaram todos os portugueses: a construção de uma supra-nação, de uma Nação mítica implica o sacrifício do povo.

O “O Mostrengo” – símbolo dos obstáculos, dos perigos e dos medos que os portugueses tiveram que enfrentar para realizar o seu sonho: revoltado por alguém usurpar os seus domínios, “O Mostrengo” é uma alegoria do medo, que tenta impedir os portugueses de completarem o seu destino.

 

 

 

                               Terceira Parte – O Encoberto (a imagem do Império moribundo, a fé de que a morte contenha em si o gérmen da ressurreição, capaz de provocar o nascimento do império espiritual, moral e civilizacional na diáspora lusíada. A esperança do Quinto Império): aparece a desintegração , havendo, por isso, um presente de sofrimento e mágoa, pois falta cumprir-se Portugal. É preciso acontecer a regeneração que será anunciada por símbolos e avisos.

 

 

O “O Quinto Império” – símbolo da inquietação necessária ao progresso, assim como o sonho: não se pode ficar sentado à espera que as coisas aconteçam; há que ser ousado, curioso, corajoso e aventureiro; há que estar inquieto e contente com o que se tem e o que se é. O Quinto Império de Pessoa é a mística certeza do vir a ser pela lição do ter sido, o Portugal-espirito, ente de cultura e esperança, tanto mais forte quanto a hora da decadência a estimula.

O “Nevoeiro” – símbolo da nossa confusão, do estado caótico em que nos encontramos, tanto como um Estado, como emocionalmente, mentalmente, etc.: algo ficou consubstanciado, pois temos o desejo de voltarmos a ser o que éramos.

 

·         A Mensagem recorre ao ocultismo para criar o herói – O Encoberto – que se apresenta como D.Sebastião. Remete par aum sentimento de mistério, indecifrável para  a maioria dos mortais. Daí que só o detentor do privilégio, esotérico se encontra legitimado para realizar o sonho do Quinto Império.

·         O ocultismo:

o   Três espaços: histórico, mítico e mítico.

o   A ordem espiritual no Homem, no Universo e em Deus.

o   Poder, inteligência e amor na figura de D.Sebastião.