quinta-feira, 19 de março de 2015

Memorial do Convento - Estrutura



Estrutura

A estrutura de um romance assenta na coexistência de vários conflitos que se enredam e através do texto manifestam ou desoculam a realidade e os problemas do ser humano.
Em Memorial, observa-se uma reinvenção da História, de actos e de comportamentos para despertar os leitores para situações reais perturbantes que devem ser analisadas. Pela ficção e com a sua palavra reveladora e denunciadora Sramago propõe o repensar da História portuguesa à luz das mentalidades actuais e possibilita a consciencialização sobre a verdade do homem.
A estrutura do Memorial do convento apresenta duas linhas condutoras da acção -construção do convento de Mafra e a relação entre Baltasar e Blimunda- que se entrelaçam com acontecimentos diversos recolhidos na História ou fantasiados.
A obra é composta por 25 capítulos



Para além da sua divisão em capítulos, da obra destacam-se ainda 3 planos:

Plano da história
-Portugal no século XVIII
-Reinado de D. João V
-Construcção do Convento
-Inquisição, autos de fé, casamento dos infantes

Plano da ficção da História

-O narrador molda as personagens históricas, transformando-as
-D. João e D. Ana caricaturados 

Plano do fantástico
-Construcção da Passarola
-Dom de Blimunda
Romance histórico - oferece uma descrição minuciosa da sociedade portuguesa da época. Por outro lado, nesta obra, o ponto de vista do narrador altera o ponto de vista histórico e, como tal, a classificação de Memorial do convento com romance histórico não é consensual.
Romance social - preocupa-se coma realidade social fazendo sobressair o povo oprimido.
Romance de intervenção - visa denunciar a história repressiva portuguesa da 1ªmetade do século XX.
Romance de espaço - traduz não só o ambiente histórico, mas também vários quadros sociais que permitem um melhor conhecimento do ser humano.