A Batalha é
travada a 24 de junho de 1128 "in campo Sancte Mametis
quod est prope castellum de Vimaranes". Desde 1112, ano da morte do
seu esposo, D. Teresa detinha o governo do condado Portucalense tendo
a seu lado fidalgos castelhanos, nomeadamente Fernão Peres de Trava, com quem, se
pensa, que terá mantido uma relação marital. Já desde 1127 o infante
Afonso Henriques mantinha discórdias importantes com sua mãe e tentou
por este motivo apoderar-se do governo do Condado.
As tropas do
infante e dos barões portucalenses enfrentaram as de Fernão Peres de Trava e
dos seus partidários portugueses e fidalgos galegos no dia de S. João Batista
do já referido ano de 1128. A vitória foi para D. Afonso Henriques. O
cronista do mosteiro de Santa Cruz aproveitou a coincidência da data da batalha
com a festa religiosa para exaltar o acontecimento, conseguindo colocá-lo ao
nível das intervenções divinas. S. João Batista tinha sido o anunciador de
Jesus Cristo pelo facto de a batalha se ter dado na data em que se venera esse
santo e a vitória ter sorrido a D. Afonso Henriques. Tal facto é, para o
cronista, prova de que o infante era, também ele, o anunciador do aparecimento
de um novo reinado.
Efectivamente,
esta batalha foi decisiva, pois com ela mudaram os detentores do poder no
condado (expulsão de D. Teresa e do "seu conde") e mudaram ainda as
relações das forças sociais para com o próprio poder. Os barões portucalenses,
ao escolherem D. Afonso Henriques para seu chefe, recusavam-se a aceitar a
política da alta nobreza galega e do arcebispo de Compostela; por esta via
estavam a inviabilizar um reino que englobasse Portugal e a Galiza.
Desencadearam uma corrente independentista capaz de subsistir por si só e capaz
de resistir a todas as tentativas posteriores de reabsorção. A localização
exata do campo de batalha é ainda pouco precisa; sabe-se, no entanto, que a
refrega se deu, sem qualquer dúvida, perto de Guimarães.